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Taxa Selic: o corte deve continuar sendo de 0,5 ponto nos próximos meses

O Banco Central manteve sua postura e fez poucas alterações na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 30 e 31 de janeiro.

Na reunião, o Copom decidiu, de forma unânime, reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 11,25% ao ano, conforme amplamente esperado pelo mercado. Essa foi a quinta queda consecutiva dos juros no novo ciclo de flexibilização monetária iniciado em agosto. Mesmo com a entrada de dois novos integrantes na diretoria indicados pelo presidente Lula, a decisão foi unânime. Na ata, o Copom reiterou a sinalização do comunicado da semana anterior, indicando que manterá o ritmo de corte nas próximas reuniões.

Imagem Correio Braziliense 

Analistas indicaram que esperam que as reduções da Selic continuem em 0,50 ponto percentual até maio ou junho, sem previsão de aceleração do ritmo. Após esse período, os cortes devem diminuir para 0,25 ponto percentual, até que a taxa básica de juros atinja 9,25% ou 9% – a mediana das projeções para o final de 2024 coletadas pelo BC no boletim Focus há seis semanas consecutivas.

Uma das poucas mudanças no texto da ata foi em relação ao cenário externo, que mostrou maior volatilidade em comparação com o comunicado anterior. O Copom reiterou a importância de adotar uma postura cautelosa, principalmente em países emergentes, e afirmou que continuará monitorando os dados da economia global e seus efeitos na economia brasileira.

Os membros da diretoria do BC reforçaram na ata que “avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”. Eles também destacaram que a magnitude total do ciclo de flexibilização dependerá da evolução da inflação, das expectativas inflacionárias, do hiato do produto e do balanço de riscos.

Sobre a troca de presidente do BC e de mais três diretores até o final do ano, Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, comentou que não há novidades que mudem a trajetória da política monetária no primeiro semestre. Ele destacou que o segundo semestre pode ser mais turbulento devido a essas mudanças. Vale manteve a projeção para a taxa Selic no final do ano em 9,25%.

Com relação ao cenário fiscal, a ata destacou a importância da execução das metas fiscais para a ancoragem das expectativas de inflação. O Copom reafirmou a importância da firme persecução dessas metas para a condução da política monetária, enfatizando a necessidade de fortalecer a credibilidade e a reputação das instituições e dos arcabouços fiscal e monetário da política econômica brasileira. O colegiado reconheceu o progresso desinflacionário, mas ressaltou que ainda há um caminho a percorrer para o retorno da inflação à meta, exigindo serenidade e moderação na condução da política monetária.

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